Ações

O que é uma ação?

As ações são títulos que representam a menor fração do capital social de uma companhia. Ao comprar uma ação, o investidor se torna um acionista/sócio com direito aos resultados de uma empresa. 

Portanto, investir em ações é uma forma simples de ter participação em companhias com projetos interessantes e bons planos de crescimento. 

Mas o que leva uma companhia a abrir o capital, isto é fazer um IPO (Initial Public Offering ou Oferta Pública Inicial de Ações)? Lançar ações no mercado é uma maneira de a empresa se financiar, mais barata do que por emissões de títulos de dívidas. 

As ações são as mais reconhecidas  na modalidade de investimentos de renda variável. Ao contrário da renda fixa, não se sabe a remuneração que uma ação irá proporcionar no momento em que o investimento é feito, seus preços flutuam de acordo com as expectativas sobre o valor da empresa no mercado. Trata-se de um investimento mais arriscado, porém, com maior a possibilidade de ganhos.

 

Por que se fala tanto em ações? 

O surgimento de novas corretoras e plataformas de investimentos e o avanço da oferta de ativos em suas prateleiras aumentou o debate sobre a importância do planejamento financeiro e da diversificação dos investimentos. 

Ao mesmo tempo, com a queda da taxa Selic, os ganhos com investimentos em renda fixa encolhem e é preciso recorrer a outras opções com potencial de maiores rentabilidades, entre elas, as ações. 

Assim, o número de investidores pessoas físicas na Bolsa tem batido recorde atrás de recorde. 

E, recentemente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) modificou a regulamentação dos BDRs - Brazilian Depositary Receipts, títulos emitidos no Brasil que representam ações de companhias listadas em bolsas internacionais, ampliando o acesso. Com isso, investidores de varejo podem comprar BDRs – e não somente os investidores qualificados que, por definição, são aqueles que possuem mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras. Portanto, na prática, foram abertas mais alternativas de ações para pequenos investidores no mercado local.

1. Como analisar ações?

Nos investimentos em ações, você precisa considerar que existem duas modalidades de análises – a fundamentalista e a técnica ou gráfica.

Análise fundamentalista

A análise fundamentalista consiste em uma série de estudos sobre os dados financeiros e os balanços das companhias, mais especificamente, as informações como receitas, lucro operacional, lucro líquido, fluxo de caixa, composição de endividamento, além de níveis de produção, investimentos, expectativas para o setor onde atuam, entre outros aspectos relacionados às suas atividades.

O foco é avaliar o desempenho das empresas e se os executivos que as lideram estão atuando de forma consistente para fazer avançar seus resultados. 

Os principais itens do balanço a serem observados são: 

  • Receita líquida: é o valor das vendas de produtos ou serviços, após a dedução de impostos sobre o faturamento e as devoluções. 
  • Ebitda: Este indicador mostra a eficiência operacional - capacidade de geração de caixa sem considerar os efeitos dos tributos, depreciação de bens, máquinas e equipamentos e a desvalorização de ativos intangíveis como licenças, patentes e marcas. 
  • Lucro líquido: É a receita menos todos os custos e após o recolhimento de todos os impostos, ou seja, é o quanto a empresa realmente deu de resultado e o que pode ou não distribuir de dividendos aos seus acionistas.

O valor de uma empresa aumenta à medida que seus lucros crescem!

Há diversos indicadores para analisar a rentabilidade das empresas. Com eles, é possível mensurar se as companhias estão bem estruturadas e aplicando bem os seus recursos para gerar resultados. Os principais são:

  • ROE – Retorno do Patrimônio Líquido: demonstra a rentabilidade que a companhia gerou em relação ao investimento de capital próprio. Ou seja, quanto o acionista ganha de lucro para cada real aportado na empresa. 
  • ROI - Retorno sobre o investimento: com esse indicador, é possível avaliar a capacidade da companhia de investir bem. Ou seja, os ganhos obtidos a partir dos investimentos realizados. 
  • ROA – Retorno sobre o Ativo: mostra se a gestão da companhia é eficiente, se está gerando lucros de maneira consistente com os seus ativos totais (dinheiro em caixa, bens, máquinas, equipamentos, imóveis, aplicações e direitos que possui).

Existem ainda diversas formas de se avaliar o valor de mercado de uma empresa. Os múltiplos fundamentalistas são alguns destes indicadores e através deles é possível estabelecer comparações a fim de analisar se o preço de uma determinada ação está acima ou abaixo da sua média, ou da média do mercado ou de seu segmento. Então, os múltiplos proporcionam uma visão de seu preço de mercado. Alguns destes conceitos são:

- Índice Preço/Lucro (P/L): é o preço da ação em relação ao lucro por ação. Este indicador mostra o número de anos para o investidor recuperar o dinheiro aplicado na ação. 

- P/VPA: é a relação do preço da ação com o seu patrimônio líquido. Mostra se uma companhia vale mais ou menos que o seu patrimônio real e contábil. 

- EV/Ebitda: é o valor de mercado de uma empresa juntamente com seus ativos (caixa e patrimônio) e passivos (dívidas) em relação ao Ebitda, que é o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização. O índice mostra quantos anos o lucro operacional da empresa levaria para pagar o investimento feito para comprá-la. Logo, quanto menor esse valor, mais rápido é o payback do investimento. 

 

Análise técnica ou gráfica

A análise técnica olha os movimentos de mercado, os históricos de preços e volumes das ações e, ao se utilizar cálculos de probabilidade estatística, é possível identificar em gráficos os padrões para o comportamento dos preços. 

Existe uma série de estudos e métodos de análise gráfica que buscam identificar tendências no comportamento entre oferta e demanda de uma ação, que de maneira geral, servem para identificar se os movimentos de mercado são de alta, de baixa ou lateral.

2. Tipos de estratégias de investimentos em ações

 

Traders

As ações podem ser consideradas como investimento de curto ou médio prazo, perseguindo ganhos com movimentações mais ágeis, isto é, compras e vendas em períodos menores - dias, semanas ou meses.

Nestes casos, as análises de notícias de mercado, das empresas, sobre economia e política são a base para estas operações e, como comentamos, a ferramenta de análise técnica é a mais utilizada, pois vê o histórico de cotações e volumes das negociações das ações, avalia os movimentos de mercado e mostra em gráficos os padrões para o comportamento dos preços.

Quem faz esse tipo de operação são os traders e existem uma série de operações que buscam obter retorno com a variação de preços das ações no mercado, dentre elas: day trade, arbitragem, long and short, hedge, as operações com opções, com o mercado a termo e com futuros de índices.

 

Investidores fundamentalistas

As ações podem ser investimentos de longo prazo e, como as metas são colocadas em uma janela temporal maior, as oscilações nos preços dos papéis no curto prazo não influenciam tanto.

Esse tipo de investidor é chamado de fundamentalista e existe uma série de táticas que podem ser seguidas. Há aqueles que operam visando identificar os resultados trimestrais de uma empresa; há aqueles que analisam setores e investem com base em seus ciclos de mercado; tem também as estratégias buy and hold (compra e segura) vislumbrando o crescimento das empresas; as estratégias turn around, quando as companhias se encontram em fase de mudanças de gestão ou situação econômica e as estratégias de M&A, que considera empresas que crescem via aquisições. 

Há ainda quem prefira uma estratégia de longo prazo mais defensiva, com foco no recebimento de dividendos, buscando empresas que distribuem parcelas mais polpudas de lucro aos acionistas. Outra linha é o reinvestimento dos dividendos, isto é, usar esses proventos em compras adicionais de ações para potencializar o crescimento do patrimônio. Estas duas últimas alternativas costumam ser ligadas a investimentos de longuíssimo prazo e com caráter até de planos de aposentadoria, com potencial de valorização do ativo e geração de renda.

Quem investe com foco em um horizonte maior, vê nas companhias - e muito menos na variação dos preços das suas ações na Bolsa, a sua fonte de retornos. Seguindo essa lógica, há investidores que buscam empresas de crescimento (Growth), que possuem estratégias de expansão em seus mercados de atuação e há aqueles que buscam empresas de Valor (Value), com reconhecida eficiência onde o essencial é ver se estão sendo bem administradas e atuando para fazer avançar seus negócios, isto é, aumentar suas receitas, lucro operacional (Ebitda) e lucro líquido. Além disso, observam como estão posicionadas no mercado diante da concorrência, como estão negociando com fornecedores, se relacionando com os consumidores e quais são os investimentos programados para os próximos anos e se os desdobramentos do cenário político e econômico são propícios para o bom andamento de seus projetos. 

Portanto, depois de avaliar seu perfil de investidor em ações e seus objetivos, pesquise, entre em contato com um assessor de investimentos e abra o jogo. Pergunte se ele tem capacidade técnica para montar a estratégia que você quer ou se pode te indicar especialistas para ajudá-lo a atingir seus objetivos.

Não existe estratégia melhor ou pior, o que importa é conhecer bem o estilo de investimento, avaliando todos os riscos e as possibilidades de ganhos.

3. Quais os custos ao investir em ações?

Taxa de Corretagem

As corretoras fazem a intermediação da compra e venda de ações. É por este serviço que cobram a taxa de corretagem. No entanto, é importante você saber que existem vários modelos de cobrança.

Algumas instituições cobram percentuais sobre a compra ou a venda de cada ação, outras têm tabelas com percentuais sobre faixas de volumes financeiros negociados. Há ainda plataformas que definem taxas fixas em reais a partir de valores mínimos de transações. 

Em uma mesma instituição podem existir fórmulas diferentes de taxas de corretagem para quem opera pelo Home Broker - sistema com interface direta com a Bolsa, e para quem dá ordens de compra e venda de ações nos canais de atendimento dos agentes das mesas de operações. 

Atualmente, algumas plataformas de investimentos oferecem taxa de corretagem zero para atrair mais investidores para a renda variável. 

 

Taxa de Custódia

A taxa de custódia é cobrada pela Câmara de Ações e Renda Fixa Privada, que antes era a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), responsável pela segurança das operações. Isso porque as ações de todos os clientes das corretoras ficam sob custódia desta terceira parte.

A Câmara de Ações e Renda Fixa Privada, depositária de ativos, é gerenciada pela B3 e tem supervisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 

As tabelas de tarifas de custódia podem ser facilmente consultadas no site da B3.

 

Emolumentos

Outros custos que os investidores precisam ficar atentos são os emolumentos da Bolsa, isto é, da B3. 

São taxas de negociação e liquidação, que são cobradas com base em percentuais sobre o valor financeiro das operações. Para quem faz muitas operações de curtíssimo prazo e Day Trade há faixas de emolumentos decrescentes por volume financeiro. Você também pode consultar os emolumentos no site da B3.

É preciso controlar os custos!

O que todo investidor quer é maior retorno possível dos seus investimentos. Então, ao investir em ações é fundamental procurar diminuir os custos. Lembre-se que quanto mais operações forem feitas, maiores os efeitos dos custos, então é necessário monitorá-los de perto. 

Hoje, através de uma plataforma de consolidação de investimentos é possível fazer o controle total dos custos operacionais dos investimentos em ações executando o cálculo preciso da rentabilidade e dos ganhos da carteira.

4. Como é a tributação dos investimentos em ações?

No mercado de ações, as regras do Imposto de Renda (IR) não são complicadas. Basicamente, o que você precisa saber é:

  • São isentos de Imposto de Renda os ganhos líquidos, se o total das vendas de ações realizadas a cada mês não exceder R$ 20 mil. Porém, essa isenção somente é válida para operações normais, aquelas nas quais o investidor faz compras de uma determinada ação em um dia e as vendas em outro dia.

  • A alíquota do IR nas operações normais de quem vendeu mais de R$ 20 mil em ações a cada mês é de 15% sobre os lucros.

  • Nos casos de operações Day-Trade, aquelas que consideram compras e vendas realizadas em um mesmo dia, a alíquota do imposto é de 20% sobre os ganhos auferidos.

Você sabia que algumas ações têm isenção de Imposto de Renda? A lei 13.043/14 garante isenção tributária sobre o ganho de capital nos investimentos em ações de pequenas e médias empresas até 31 de dezembro de 2023. O objetivo do governo com tal medida foi incentivar as emissões de ações por empresas de menor porte.

5. Como analisar os fundos de ações?

É importante fazer uma análise qualitativa dos fundos, aquela que compara a rentabilidade e a volatilidade em um período de tempo. Para isso, é necessário pesquisar e também pedir a ajuda de um assessor de investimentos.

A análise qualitativa tem vários passos, mas o item fundamental é saber em quais ativos os gestores colocam o dinheiro do fundo e quais estratégias eles seguem para gerar resultados. 

Para exemplificar, nos fundos de ações é fundamental verificar se investem em large capssmall caps; em empresas com melhores práticas de governança e sustentabilidade; se compram ações só no Brasil ou também companhias no exterior; se operam com derivativos; se fazem hedge; se podem fazer alavancagem e se aplicam em outros ativos, como dólar, juros, etc. 

Como fazer uma análise detalhada dos fundos de ações?

 

Saiba a categoria e subcategoria

Por definição, os fundos de ações possuem, no mínimo, 67% dos seus portfólios alocados em ações. Nesta categoria pode haver hedge cambial e aplicações em ações tanto no Brasil quanto no exterior.

Os fundos de gestão passiva buscam replicar o desempenho de um índice, por exemplo, do Ibovespa, principal índice de referência da Bolsa. 

Já os fundos de gestão ativa, que têm como objetivo superar algum índice, podem seguir diferentes estratégias. De acordo com a classificação Anbima, esses fundos podem ser: 

  • Valor Crescimento: os gestores escolhem ações de companhias que estão sendo negociadas abaixo do preço justo ou de empresas que têm possibilidade de aumentarem as vendas e lucro; 

  • Setoriais: os gestores selecionam para o portfólio apenas ações de empresas de um determinado setor como energia, tecnologia, etc; 

  • Dividendos: fundos que investem em ações de companhias consideradas boas distribuidoras de dividendos;   

  • Small Caps: as carteiras são formadas por, no mínimo, 85% de ações de companhias que estejam fora do IBrX, isto é, de empresas com baixa capitalização de mercado; 

  • Sustentabilidade/Governança: fundos que investem em ações de empresas com alto nível de governança corporativa e boas práticas socioambientais;

  • Livres: são fundos de ações nos quais os gestores não têm o compromisso de seguirem uma estratégia específica. 

  • Leia os documentos do fundo

Os documentos essenciais para qualquer investidor analisar o fundo que vai investir são: o Regulamento, o Formulário de Referência; a Política de Gestão de Riscos; as Regras, Procedimentos e Descrição dos Controles Internos; as Políticas de Negociação, Divisão de Ordens e de Voto, além do Código de Ética. 

Com eles, você poderá conhecer os objetivos, o benchmark (indicador de referência) que o fundo segue, os riscos e as taxas que cobra, entre outros. 

 

Faça comparações entre peers ou produtos semelhantes

No caso dos fundos de ações, as comparações precisam ser feitas com os indexadores ou benchmarks adequados. Atenção porque nem tudo é comparável com o Ibovespa, principal indicador da Bolsa. Por exemplo, os fundos Small Caps devem ter como referência o Índice Small Cap, uma carteira de ações composta pelas empresas com menor porte e menor capitalização no mercado. Os fundos de dividendos têm que ser comparados com o IDiv, o Índice de dividendos, indicador do desempenho médio das cotações dos ativos que se destacaram em remuneração aos investidores sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio. Já os fundos de ações composto por empresas com alto nível de sustentabilidade e responsabilidade socioambiental precisam ser comprados com o ISE, o Índice de Sustentabilidade Empresarial. 

Por sua vez, os fundos de ações setoriais, que investem em empresas de um mesmo setor ou de segmentos relacionados, devem ser comparados com os índices de seus setores específicos. Vários outros fundos, que usam estratégias diferenciadas, como é o caso dos Long-Short, não devem ser comparados com índices de Bolsa, pois têm como objetivos superar o CDI e não bater a Bolsa. Entre os fundos livres, por exemplo, muitos têm como objetivo um retorno absoluto, buscam uma determinada rentabilidade ao longo do tempo e, portanto, também não devem ser vistos somente em relação a um índice específico.

 

Avalie a relação entre o risco e o retorno

Por exemplo, um fundo que somente investe em ações pode ter rentabilidade diferente do Ibovespa, porém, as companhias escolhidas pelo gestor têm fundamentos financeiros sólidos, gestão estável e resultados consistentes ao longo do tempo – ou seja, as empresas da carteira ofereceram baixo risco de deterioração financeira e de variação de resultados e margens. No Ibovespa não há uma seleção da qualidade e risco da companhia uma vez que ela entra para o índice apenas em função do seu valor de mercado e quantidade de ações negociadas. 

Por outro lado, existem fundos que não investem somente em ações, fazem operações com futuros, derivativos e até outros ativos. E ainda aqueles que investem em ações, mas correm o risco de empresas alavancadas financeiramente, que passam por processos de turnaround ou recuperação, isto é, com grande variação em seus resultados.

 

Analise a performance do fundo

Avalie o desempenho do fundo, mas não faça apenas aquela avaliação padrão e fechada em ano-calendário. Analisar a performance é saber como foi o desempenho do fundo em determinados períodos, checar seu comportamento em épocas de stress do mercado ou de forte alta, ou seja, em momentos de intensa volatilidade para descobrir o padrão de comportamento e desempenho do fundo. É necessário analisar se o fundo estava alinhado com seu benchmark ou se seguiu padrão de outros índices do mercado, o que houve quando teve uma variação grande no seu patrimônio. 

 

Pesquise os profissionais da gestão dos fundos

Pesquise o currículo e o track record do gestor do fundo e da sua equipe. Saber a especialidade dos profissionais que gerenciam o fundo, por onde passaram, o que aconteceu em outros fundos que já administraram e o histórico deles no mercado, se há muita rotatividade na equipe, suas motivações e incentivos. 

A análise qualitativa pressupõe também avaliar a estrutura do gestor, o organograma, a divisão da equipe de análise, da área econômica, de gestão e de operações. 

 

Verifique qual é a metodologia de decisões

Para alcançar o objetivo e o desempenho de um investimento, é necessário saber se os gestores seguem um processo ou se tomam decisões baseadas em análises pessoais. 

Um processo de investimento bem definido é fundamental para a seleção de ativos e construção do portfólio e deve ser claramente definido e implementado de forma eficaz.

 

Veja se o fundo tem alavancagem

Ao escolher um fundo, verifique nos documentos oficiais se ele permite alavancagem.

Mas o que é alavancagem? Com o uso de alguns instrumentos financeiros como opções e contratos futuros, alguns fundos têm posições investidas com valores superiores ao seu patrimônio. Os gestores costumam usar esse tipo de estratégia na tentativa de potencializar os ganhos, porém ela também amplia bastante o risco de perdas. 

 

Avalie as taxas com critério

Os custos dos fundos também devem ser analisados, mas não apenas para verificar se é um fundo que cobra menos do que os outros. Na verdade, olhar o custo de um fundo é importante para determinar o nível de risco que o gestor corre para entregar a rentabilidade superior ao seu benchmark

Como no Brasil a rentabilidade divulgada já é líquida de todas as taxas, verificar o quanto cada fundo cobra é descobrir o risco adicional nas carteiras para que os gestores consigam entregar o retorno previsto.

 

Verifique os prazos de resgates

Os fundos de ações apresentam diferentes prazos de resgates. Por exemplo, nos fundos que tem como objetivo replicar o Ibovespa, os seus gestores têm mais facilidade para fazer negociações - compras e vendas de ações para a carteira. Isso porque a maioria das ações investidas tendem a ser desse principal índice da Bolsa, que tem como critério de composição justamente companhias com alta capitalização e maior liquidez. Então, faz sentido que esses fundos também ofereçam prazos de resgate menores aos investidores e compatíveis com o prazo de liquidação de uma operação em Bolsa, no caso D+2 ou D+3. Por outro lado, os fundos de ações que têm como objetivo superar o Ibovespa ou qualquer outro índice , ou seja, aqueles em que os gestores atuam de forma mais ativa para gerar alpha, como se diz no jargão do mercado, as condições são diferentes. Como atuam para oferecer rentabilidades acima do benchmark, suas carteiras tendem a ter uma participação diferente, com ações que não pertencem necessariamente ao índice de referência e portanto, menos líquidas. Mas existem outros fatores que interferem nos prazos de resgate, saiba mais!

6. ETFs avançam no mercado

Quando se trata de ações, além dos investimentos diretos nos papéis ou em fundos de ações, há ainda os ETFs, fundos de índices com cotas negociadas na Bolsa. Estes produtos são interessantes para quem procura por facilidade e diversificação. 

No mercado, existem ETFs que buscam replicar a rentabilidade do Ibovespa, do Índice de Dividendos (Idiv) ou do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), entre outros. 

Os custos são semelhantes aos dos fundos de ações de gestão passiva, que procuram performar como índices. 

Vale ressaltar ainda que a tributação dos ETFs segue a mesma regra dos fundos de ações, isto é, há incidência de alíquota de 15% sobre o lucro no momento do resgate.

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7. Como controlar uma carteira de ações?

A importância de contar com um assessor de investimentos

Para investir em ações, o ideal é contar com o suporte de um profissional especializado e fugir de dicas de amigos, parentes e “receitas mirabolantes de ganhos fáceis”.

Primeiro, você precisa fazer uma autoanálise, pois as ações permitem uma série de estratégias - de curtíssimo a longuíssimo prazo. Então, descubra seu perfil, seus objetivos, sua disposição ao risco, quanto você pode investir em ações e qual deverá ser a parcela de ações da sua carteira de investimentos.

Depois de entender seu perfil e metas que pretende alcançar, entre em contato com um consultor de investimentos e veja se ele tem a expertise necessária para ajudá-lo a montar a estratégia de investimentos em ações que você quer pôr em prática. 

Um assessor de investimentos será seu aliado, pois ele vai esclarecer suas dúvidas e vai ajudar a monitorar sua carteira, recomendando mudanças sempre que necessárias. Esse profissional ou até mesmo você diretamente deve recorrer também a analistas do mercado acionário e aos relatórios de casas de research independentes para ter mais informações sobre as companhias, base para a montagem do portfólio ou para fazer eventuais trocas de ações na carteira. 

 

Como controlar e monitorar uma carteira de ações

  • Giro ou Day Trade

Os sistemas de home broker são boas ferramentas de operações de compras e vendas de ações, mas têm limitações para fazer o controle das carteiras. 

Porém, com um sistema de consolidação de investimentos completo, você poderá fazer o controle preciso das operações de Giro e Day Trade e também acompanhar os efeitos dessas movimentações no agregado do seu portfólio de investimentos.

Um sistema de controle de Giro e Day Trade permite analisar as operações efetuadas de diversas formas, entre elas, por ação, por um período, a cada pregão da Bolsa, as quantidades, preços de compras e vendas, os valores e os custos das operações, além dos resultados acumulados - ganhos ou perdas das ações que foram negociadas.

 

Portfólio de ações

Uma carteira de ações normalmente é um percentual de seu portfólio total de investimentos. Dependendo do tamanho, o efeito da performance da carteira de ações na rentabilidade total pode ser potencializado. 

Por isso, é importante que você faça o controle correto para ajustar o tamanho da sua alocação em ações na sua carteira total, de forma a atingir o grau de conforto necessário com seu perfil e também monitorar de perto se está alcançando seus objetivos. O ideal é que todos os investidores tenham um sistema de consolidação automático de investimentos. 

Com um sistema de consolidação, você poderá organizar e controlar a sua carteira de ações, não só pelo total de sua alocação no portfólio, mas também por corretora, por categoria, tipo ou setor e, ainda poderá analisar a volatilidade, comparar estratégias entre si e fazer comparações com fundos de ações ou com outros ativos. 

Este tipo de controle pode ser o diferencial de análise que você está precisando para ter uma rentabilidade melhor ou um equilíbrio entre risco/retorno mais adequado ao seu portfólio como um todo.

Controle das ações investidas

Ao investir com foco no longo prazo, é interessante pensar como o executivo de uma empresa e não somente como investidor. 

Os gestores não se preocupam todos os dias com o quanto vale a empresa onde trabalham, eles mantêm o foco no crescimento das vendas, nas receitas anuais e nos lucros -  que são justamente os principais itens dos balanços em uma análise fundamentalista.

Acompanhe o que as companhias estão fazendo para gerar receitas, pesquise o mercado onde atuam e como está a concorrência, como se dá a relação com os fornecedores, quais os investimentos programados para os próximos anos e como poderão trazer diferenciais e impulsionar seus negócios.

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Além de monitorar os desdobramentos dos negócios e os números financeiros, é essencial observar a governança das empresas investidas, isto é, como se dá o processo decisório e o nível de transparência, eficiência da comunicação aos seus acionistas. Avalie também como é o gerenciamento de riscos socioambientais – se adotam medidas preventivas contra acidentes, ataques cibernéticos e outros tantos eventos que possam vir a prejudicar ou paralisar as atividades. Ou seja, muita atenção em relação às pessoas-chaves que comandam as companhias. 

Com essa visão, você fará mudanças na sua carteira de ações somente quando avaliar que os planos estratégicos forem falhos, se ocorrerem mudanças disruptivas no mercado que ameacem a continuidade dos negócios, se houverem mudanças na gestão que prejudiquem a performance ou, ainda, se acontecerem eventos muito críticos no cenário externo prejudiciais ao andamento das atividades de determinados setores por longos períodos.

8. Conclusão

Investir em ações não é complicado e você não precisa ter medo. Na Bolsa, o potencial de ganhos é alto, mas você precisa saber o que está fazendo, conhecer a dinâmica do mercado, estudar as companhias investidas e contar com assessoria especializada. 

Com um consultor e um sistema de consolidação de investimentos, fica mais fácil analisar o seu perfil, montar estratégias com ações e acompanhar de perto o desempenho do seu portfólio, promovendo os ajustes quando forem necessários.

Renda Variável